Viajar para a Argentina é uma experiência rica e acessível para turistas brasileiros, especialmente pela proximidade geográfica e pela facilidade de entrada no país. Para organizar uma viagem de turismo bem-sucedida e aproveitar ao máximo tudo o que a Argentina tem a oferecer, é importante conhecer algumas dicas práticas que envolvem desde documentação, câmbio, transporte, até cuidados com eletricidade e idioma. Este artigo reúne informações essenciais para o(a) viajante se preparar e desfrutar de uma estadia segura, econômica e agradável na Argentina.

Entrada e Documentação para Brasileiros
A principal porta de entrada para turistas na Argentina é a capital Buenos Aires, que conta com voos diretos e frequentes do Brasil. Para entrar no país, o turista brasileiro não precisa de visto de turismo, o que simplifica bastante o planejamento da viagem. O documento aceito para entrada é o passaporte ou a carteira de identidade (RG), desde que esta esteja atualizada, com menos de 10 anos da emissão e em bom estado de conservação. Caso a carteira de identidade seja antiga ou esteja danificada, o ideal é portar o passaporte válido para evitar contratempos na imigração.
O prazo máximo de permanência no país será determinado pelo oficial da imigração argentino no momento da entrada. É importante respeitar esse prazo para evitar problemas legais. O turista brasileiro pode ficar como turista na Argentina até 90 dias corridos.
Os passageiros com 9 meses de idade ou mais que viajam para as províncias de Corrientes e Misiones são aconselhados a portar um certificado de vacinação contra febre amarela que comprove que foram vacinado pelo menos 10 dias antes da viagem.
Viagens com crianças
Os menores de 13 anos e menores de idade que viajam para fins turísticos devem garantir o cumprimento de um dos seguintes requisitos:
- Se viajarem com ambos os pais/responsáveis legais, devem possuir documentos que comprovem o relacionamento;
- Se viajando com uma pessoa que não seja um dos pais/responsável legal, deve possuir uma carta de consentimento parental; ou
- Se viajar desacompanhado e não for recebido na chegada por um dos pais/responsável legal, seja ao entrar na Argentina ou em trânsito, deve possuir uma autorização autenticada, confirmando o consentimento dos pais/responsáveis legais ao menor que viaja desacompanhado.
Os passageiros devem assegurar-se de que possuem a documentação oficial correta. As traduções devem ser feitas em espanhol por um tradutor público oficial.
Viagens com adolescentes
Os passageiros com 17 anos ou menos que partem do Brasil, desacompanhados ou acompanhados por apenas um dos pais ou responsável, devem ser portadores de uma autorização de viagem autenticada. Se um ou ambos os pais falecerem, os passageiros devem ser portadores de uma cópia da respectiva certidão de óbito. Se estiverem acompanhados de um adulto residente ou domiciliado no exterior, devem também possuir uma autorização judicial.
Isto não se aplica aos passageiros que possuem um passaporte com autorização expressa para viajar ao exterior desacompanhados, desde que não tenham dupla nacionalidade e não viajem com um passaporte estrangeiro.
Fuso Horário e Comunicação
A Argentina utiliza o código telefônico internacional +54, que deve ser usado para chamadas feitas do Brasil para o país vizinho. Em relação ao fuso horário, Buenos Aires está alinhada ao horário oficial de Brasília, o que facilita o planejamento de atividades e evita confusões com o relógio. Embora a Argentina adote o horário de verão, o período de aplicação é semelhante ao do Brasil, de modo que praticamente não é necessário ajustar o relógio ao viajar entre os dois países.
Moeda e Câmbio: Como Evitar Prejuízos
A moeda oficial da Argentina é o Peso Argentino (ARS). No câmbio oficial, a cotação costuma ser desfavorável para o turista brasileiro, com uma média de R$ 1,00 equivalendo a cerca de ARS$ 206,82 em maio de 2025.
Para obter pesos argentinos por uma cotação próxima ao câmbio blue de forma segura, a melhor alternativa é realizar uma transferência internacional via Western Union, que pode ser resgatada em lojas da Western Union na Argentina em moeda local. Essa prática evita o risco de receber notas falsas, um problema comum quando turistas aceitam ofertas de câmbio informal nas ruas, especialmente em Buenos Aires, onde golpistas se aproveitam da desatenção dos visitantes.
Cuidados com Dinheiro e Propinas
Ao pagar em dinheiro, o turista deve sempre conferir as notas recebidas para evitar fraudes. É recomendável pagar o valor exato sempre que possível. Além disso, a gorjeta, chamada de “propina” em espanhol, é esperada em diversos serviços, como carregadores de mala em hotéis e garçons em bares e restaurantes. Deixar a propina é uma demonstração de educação e respeito pelas normas locais.
Eletricidade e Equipamentos Eletrônicos
A corrente elétrica na Argentina é de 220 volts, diferente dos 110 volts comuns no Brasil. Por isso, é fundamental verificar se seus equipamentos eletrônicos são bivolt ou levar um transformador para evitar danos. Além disso, as tomadas argentinas possuem um formato diferente, exigindo o uso de adaptadores universais para carregar celulares, câmeras e outros dispositivos.
Idioma e Comunicação
O idioma oficial é o espanhol, mas devido ao grande fluxo de turistas brasileiros, muitos estabelecimentos comerciais, hotéis e restaurantes têm funcionários que falam português ou pelo menos compreendem o idioma. Isso facilita a comunicação e torna a experiência mais confortável para o visitante brasileiro.
Transporte e Deslocamento
Para viagens entre cidades argentinas, existem diversas opções de transporte. Entre Buenos Aires, Córdoba e Rosario, por exemplo, é possível viajar de trem, uma alternativa confortável e econômica. Além disso, a Argentina conta com trens turísticos famosos, como o Trem das Nuvens, que atravessa paisagens espetaculares, e o Trem da Patagônia, que oferece uma experiência única na região sul do país.
Para trajetos mais longos, os ônibus noturnos são uma excelente opção. Eles permitem economizar uma diária de hospedagem e oferecem conforto, com serviços de bordo que incluem refeições, bebidas alcoólicas e internet Wi-Fi. Essa modalidade é bastante utilizada por turistas que desejam explorar diferentes regiões do país.
Melhor Época para Viajar e Economia
Para economizar durante a viagem, o ideal é visitar a Argentina nos meses de baixa temporada, entre março e junho ou entre setembro e novembro. Nesses períodos, os preços de hospedagem são mais baixos e as atrações turísticas menos lotadas, proporcionando uma experiência mais tranquila e econômica.
Alimentação: Restaurantes e Sistema “Tenedor Libre”
Uma forma prática e econômica de se alimentar em Buenos Aires é optar pelos restaurantes que oferecem o sistema “tenedor libre”, equivalente ao buffet à vontade. Por um preço fixo, em média ARS$ 15.000,00 por pessoa, o turista pode comer à vontade, experimentando diversos pratos típicos argentinos. Essa é uma excelente opção para quem deseja provar a gastronomia local sem gastar muito.
Organizar uma viagem para a Argentina requer atenção a detalhes que podem fazer grande diferença na experiência do turista. Desde a escolha do documento para entrada no país, passando por cuidados com câmbio e dinheiro, até a adaptação aos costumes locais, cada passo deve ser planejado para garantir uma estadia segura e prazerosa.
A Argentina é um destino que combina cultura, natureza, gastronomia e hospitalidade, especialmente para os brasileiros, que encontram facilidades e acolhimento em diversos pontos do país. Seguindo essas dicas, o(a) viajante estará preparado(a) para explorar as belezas argentinas, desde a efervescência cultural de Buenos Aires até as paisagens naturais das regiões mais remotas.
Prepare suas malas, organize seu roteiro e aproveite tudo o que a Argentina tem a oferecer com segurança, economia e conforto. A experiência será certamente inesquecível.