Breve História do Conflito Entre Irlanda e Irlanda do Norte
Breve História do Conflito Entre Irlanda e Irlanda do Norte

Breve História do Conflito Entre Irlanda e Irlanda do Norte

A história de conflito entre a Irlanda e a Irlanda do Norte é complexa e remonta a séculos, envolvendo disputas políticas, religiosas e territoriais. As tensões entre os dois lados estão profundamente enraizadas na divisão entre a população protestante unionista, que majoritariamente apoia a permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido, e a população católica nacionalista, que busca a reunificação com a República da Irlanda. Abaixo está uma descrição detalhada dos principais eventos que moldaram essa história.

Image by Roksana Helscher from Pixabay

1. Colonização inglesa e surgimento das tensões religiosas

O início do conflito entre a Irlanda e a Inglaterra remonta ao século XII, quando o rei Henrique II da Inglaterra iniciou a colonização da Irlanda. Ao longo dos séculos seguintes, a Coroa inglesa implementou várias políticas para controlar o território irlandês, como a colonização do Ulster, na Irlanda do Norte, durante o reinado de Jaime I, no início do século XVII.

Esse processo levou à introdução de colonos protestantes escoceses e ingleses em uma região predominantemente católica. Isso resultou em uma divisão religiosa e cultural, com os colonos protestantes apoiando o domínio inglês, enquanto a maioria católica se opôs à ocupação e resistiu às tentativas de imposição da fé protestante.

2. Rebeliões irlandesas e o domínio britânico

Ao longo dos séculos XVII e XVIII, a Irlanda foi palco de várias rebeliões contra o domínio britânico. Um dos eventos mais marcantes foi a Rebelião de 1641, em que a população católica irlandesa se revoltou contra os colonos protestantes, resultando em violência sectária. A resposta das forças inglesas foi brutal, o que só aumentou as tensões.

No final do século XVII, a Batalha do Boyne (1690) consolidou a vitória protestante, com o rei Guilherme de Orange derrotando o rei católico Jaime II. Esse evento é comemorado até hoje pelos protestantes unionistas na Irlanda do Norte durante as marchas anuais da Ordem de Orange, o que contribui para o acirramento das divisões.

3. Lei da União de 1801

Em 1801, a Lei da União foi aprovada, unindo a Irlanda e a Grã-Bretanha em um único Estado, conhecido como o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. No entanto, essa união foi marcada por tensões políticas e sociais, já que os irlandeses, especialmente os católicos, eram marginalizados e privados de muitos direitos.

Ao longo do século XIX, o movimento nacionalista irlandês cresceu, buscando maior autonomia ou independência completa da Grã-Bretanha. A Grande Fome Irlandesa (1845-1852) também exacerbou o ressentimento contra o governo britânico, que foi acusado de negligência em relação ao sofrimento da população irlandesa.

4. A luta pela independência e a partição de 1921

No início do século XX, o movimento pela independência da Irlanda ganhou força, liderado pelo partido Sinn Féin e pelo Exército Republicano Irlandês (IRA). Em 1916, o Levante da Páscoa ocorreu em Dublin, uma tentativa frustrada de derrubar o domínio britânico, mas que acabou galvanizando o movimento nacionalista.

Após anos de guerrilha, o Tratado Anglo-Irlandês foi assinado em 1921, resultando na criação do Estado Livre Irlandês (que mais tarde se tornaria a República da Irlanda) no sul, enquanto a Irlanda do Norte, de maioria protestante, permaneceu como parte do Reino Unido. Essa divisão, conhecida como a Partição da Irlanda, solidificou a separação entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, e as tensões sectárias continuaram.

5. O início dos Troubles (1968-1998)

O período mais violento e conturbado do conflito irlandês ficou conhecido como The Troubles, que durou de 1968 até o Acordo de Belfast em 1998. As tensões entre os unionistas protestantes (que apoiavam a permanência no Reino Unido) e os nacionalistas católicos (que buscavam a reunificação com a Irlanda) aumentaram drasticamente durante esse período.

Causas do conflito:

  • Discriminação: A população católica na Irlanda do Norte enfrentava discriminação em áreas como habitação, emprego e direitos políticos, o que gerou protestos por direitos civis nos anos 1960.
  • Violência sectária: A resposta violenta dos unionistas e das forças de segurança aos protestos resultou em uma escalada de violência entre o IRA (que buscava a reunificação com a Irlanda) e grupos paramilitares unionistas.

Eventos marcantes:

  • Domingo Sangrento (Bloody Sunday, 1972): Tropas britânicas mataram 14 manifestantes civis durante uma marcha pelos direitos civis em Londonderry. O evento gerou uma onda de apoio ao IRA e intensificou o conflito.
  • Atentados e confrontos: Durante os Troubles, ambos os lados, o IRA e grupos paramilitares leais ao Reino Unido, cometeram uma série de atentados a bomba, assassinatos e ataques, resultando na morte de mais de 3.500 pessoas.

6. O Acordo de Belfast (Acordo da Sexta-Feira Santa, 1998)

Após três décadas de violência, esforços diplomáticos internacionais, especialmente liderados pelo governo britânico, o governo irlandês e os Estados Unidos, culminaram no Acordo de Belfast em 1998. Esse acordo trouxe paz à região ao estabelecer uma nova estrutura de governo compartilhado na Irlanda do Norte, com a participação de ambos os lados do conflito.

Principais pontos do acordo:

  • Governo de partilha de poder: O acordo criou uma Assembleia da Irlanda do Norte, com representantes de ambos os lados (unionistas e nacionalistas) trabalhando juntos.
  • Desarmamento: Os grupos paramilitares, incluindo o IRA, concordaram em desarmar e cessar suas atividades violentas.
  • Questão da fronteira: O acordo manteve a Irlanda do Norte como parte do Reino Unido, mas reconheceu o direito da população de escolher se desejaria, no futuro, se unir à República da Irlanda.

7. Situação pós-Acordo

Desde o Acordo de Belfast, a Irlanda do Norte tem desfrutado de um período de relativa paz e estabilidade, embora as tensões entre unionistas e nacionalistas ainda existam. O conflito não foi totalmente resolvido, mas a violência diminuiu significativamente.

Nos últimos anos, questões como o Brexit reacenderam debates sobre a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, já que a saída do Reino Unido da União Europeia trouxe à tona preocupações sobre o futuro status da Irlanda do Norte e a possibilidade de novas tensões.

A história do conflito entre a Irlanda e a Irlanda do Norte é marcada por séculos de divisões religiosas, políticas e culturais. Embora o Acordo de Belfast tenha trazido uma paz duradoura, as questões subjacentes ainda persistem, e o futuro das relações entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda continua sendo uma questão sensível.

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