Mito: Você deve desarrolhar uma garrafa de vinho para deixá-la respirar um pouco antes de servir. Verdade: Apenas desarrolhar uma garrafa de vinho expõe apenas a superfície do líquido no gargalo da garrafa ao ar, portanto, a quantidade de aeração é mínima. Isso não terá efeito perceptível no vinho. Em vez disso, decante-o para aerá-lo.
Mito: Quanto menores as bolhas, melhor o espumante. Verdade: O tamanho das bolhas não tem relação com a qualidade do champanhe ou qualquer outro vinho espumante. Muitas pesquisas foram feitas sobre o assunto recentemente, especialmente por Gérard Liger-Belair, professor associado de ciências físicas na Universidade de Reims Champagne-Ardenne, no coração da região de Champagne. Descobriu-se que a temperatura do vinho, assim como o tamanho das impurezas e falhas no interior da taça, afetam o tamanho das bolhas. Quanto mais quente o champanhe, maiores e mais frequentes as bolhas. E sem falhas ou impurezas no copo, como riscos microscópicos deixados por um pano de prato, o champanhe parece um vinho branco perfeitamente parado que, quando bebido, parece efervescente.
Mito: Beba vinho tinto com queijo e carne, e vinhos brancos com peixe e aves. Verdade: Existem muitas exceções a essa regra muito utilizada. Vinhos brancos encorpados e também os doces podem ser deliciosos com queijo. Vinhos tintos feitos com uvas Pinot Noir podem ser excelentes com peru. E um vinho tinto leve, como Beaujolais ou outro Gamay bem feito, combina muito bem com frango.
Mito: Gewürztraminer e comida asiática são uma combinação perfeita. Verdade: Este vinho aromático e encorpado iria dominar qualquer um dos pilares suaves da culinária asiática, como dim sum, tempurá ou sashimi. Além disso, a Gewürztraminer é conhecida por ter pouca acidez, que é o agente de limpeza no vinho necessário para refrescar o paladar para muitos dos outros elementos básicos da culinária asiática, como tempurá frito, pato oleoso ou barriga de atum gordo conhecida como toro.
Mito: Os gráficos de safras ditam bons e maus vinhos. Verdade: Não existem safras completamente boas ou ruins. As regiões vinícolas geralmente são muito grandes e o clima varia, portanto, alguns produtores experimentam ótimas condições em safras consideradas ruins. Além disso, uma safra altamente aclamada não é garantia de qualidade, porque as práticas de cultivo de uvas e vinificação influenciam a qualidade do vinho tanto quanto o clima. Use os gráficos de safras apenas como um guia geral, se usar.
Mito: Se é popular, deve ser bom. Verdade: Apenas porque vende bem não significa que seja delicioso. Um exemplo claro disso é o Pinot Grigio. Em 2003, o Pinot Grigio foi o vinho branco importado mais vendido nos Estados Unidos, de acordo com a publicação comercial Impact Databank. No entanto, na melhor das hipóteses, é apenas inofensivo e sem graça. O Pinot Grigio tem um sabor vagamente cítrico. É um vinho leve e neutro. Talvez o paladar coletivo da América do Norte tenha ficado tão cansado do Chardonnay grande, pesado e carvalhado, que o Pinot Grigio tenha refrescado paladares cansados com seu estilo leve e limpo. Para um estilo igualmente fresco e limpo, procure o Chablis ou o Muscadet da França; Müller-Thurgau da Áustria, Grã-Bretanha ou Canadá; ou Silvaner da Alemanha, todos oferecem um pouco mais de sabor e frescura.
Mito: Você só decanta vinho tinto. Verdade: Muitos vinhos brancos de destaque, como Sauternes ou Borgonhas brancos de melhores propriedades, também se beneficiam da decantação, pois a aeração realça seus aromas e sabores.
Mito: Champanhe não envelhece bem. Verdade: Champanhe de boa qualidade envelhece extremamente bem. Um dos vinhos mais fascinantes que já provei foi um Cristal de 1970, cortesia da Champagne Louis Roederer. Inesquecível. Provado quando tinha trinta e dois anos em Londres, Inglaterra, o vinho era um encantador beijo de brioches e maçãs cozidas com camadas de nozes, pão fresco, caramelo cremoso, acidez rendada e um final longo e animado. Sublime.
Mito: Vinho misturado é de baixa qualidade. Verdade: Embora às vezes um vinho de uma única variedade de uva possa ser muito bom, a mistura de duas ou mais variedades pode produzir melhor equilíbrio, complexidade e harmonia. Na verdade, as leis vinícolas na maioria dos lugares permitem que vinhos rotulados como uma única variedade de uva sejam temperados com outros tipos de uvas para permitir que os enólogos façam a mistura para obter equilíbrio.
Mito: O Velho Mundo faz vinhos melhores do que o Novo Mundo. Verdade: Tanto o Velho como o Novo Mundo produzem vinhos bons e ruins, e embora tradicionalmente tenham feito estilos de vinho muito diferentes, está começando a ocorrer uma sobreposição. Comprar o melhor vinho se resume a entender seu gosto pessoal, escolher estilos de vinho que lhe agradem e comprar vinhos de produtores confiáveis e orientados para a qualidade.
Mito: Uvas vermelhas sempre fazem vinho tinto e as brancas sempre fazem vinho branco. Verdade: Embora isso geralmente seja verdade, uvas vermelhas podem fazer vinho branco. Esse é o caso do Champanhe. As três uvas que compõem esse espumante branco incluem Chardonnay, que é branco, e também Pinot Noir e Pinot Meunier, duas uvas vermelhas. A prensagem delicada impede que as cascas das uvas vermelhas transfiram cor para o vinho.
Mito: Vinhos antigos têm um sabor melhor do que os jovens. Verdade: Isso raramente é verdade porque a grande maioria dos vinhos produzidos hoje é lançada pela vinícola em seu auge e pronta para ser bebida. Se esses vinhos prontos para beber são envelhecidos, eles serão mais velhos, mas não melhores, porque não são feitos para suportar o peso do tempo. Os vinhos projetados para envelhecimento são os únicos que realmente melhoram com o tempo. O capítulo 4 revela os segredos de saber quando beber um vinho.
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